Taí um disco praticamente impossível de se criticar... como você faria um comentário sobre um álbum que tem 25 músicas, sendo que todas são IGUAIS? Provavelmente você iria dizer que isso só poderia ser uma piada, coisa de quem não tem o que fazer. Porém, depois de conhecer melhor Wesley Willis, qualquer tentativa de depreciar seu trabalho torna-se uma missão indigesta.

Pra quem não o conhece, Wesley foi um sujeito que não teve sorte na vida: seu pai o abandonou bem cedo e sua mãe era uma traficante que acabou presa. Passou a viver nas ruas e, ao sair da adolescência, descobriu que era esquizofrênico. Ganhava seu dinheirinho cantando e tocando teclado nas ruas de Chicago, além de vender desenhos que fazia com hidrocor. Gravou inúmeros CDs independentes, às vezes mais de um em um final de semana, porque, segundo ele, "as vozes que viviam em sua cabeça o deixavam em paz quando ele estava trabalhando" e, da mesma forma, compôs inúmeras canções repletas de palavrões porque "as vozes se sentiam constrangidas com tanta obscenidade e o deixavam sossegado". Tudo corria bem até que um dia, um tal de Eddie Vedder passou por ele na rua e, não sei se fascinado ou com pena do que ouviu, arranjou um contrato para ele com a American Recordings (subsidiária da Warner e casa de bandas consagradas como Slayer e System of a Down) e assim, em Agosto de 1996, "Fabian Road Warrior" surgiu para o mundo.

Se você ouviu uma música (clique no link para ver o clipe do seu "hit"), já ouviu o CD inteiro. Por mais inacreditável que pareça, TODAS tem a melodia exatamente idêntica! E nem as letras variam muito: quase sempre ele está homenageando uma banda ou um amigo qualquer, só dando uma variada para comentar sobre sua doença mental e também sobre sua obesidade mórbida. Algo assim tinha tudo para ser um fracasso retumbante, e foi o que aconteceu: após lançar "Feel The Power", apenas dois meses depois do trabalho em questão, a gravadora o dispensou e ele voltou ao velho esquema independente. Tudo ia bem até que em 2002 ele foi diagnosticado com leucemia (como se já não tivesse problemas demais) e, em Agosto de 2003, Wesley Willis veio a falecer. Desde então, o culto à sua obra só tem crescido.

Vou dar uma força pra quem ficou curioso: Aqui está o link para o torrent de "Greatest Hits Vol. 1, 2 e 3", coletânea de suas... ahn.... "melhores" músicas lançada pela Alternative Tentacles (selo da lenda viva Jello Biafra) e, caso isso não tenha sido o suficiente (e não foi!), sugiro então que vocês baixem aqui o documentário "Wesley Willis - The Daddy of Rock N' Roll". É a melhor forma de tentar entender a mente desta figura tão excêntrica e bizarra, mas também extremamente cativante.

Se houvesse uma premiação para o cineasta mais picareta de todos os tempos, muito provavelmente o "homenageado" seria o italiano Bruno Mattei. Além de sua notória incompetência (peça para qualquer crítico de cinema fazer um top 10 dos piores diretores da história, a maioria esmagadora deles certamente vai incluir Bruno Mattei na lista), ele também se notabilizou por roubar cenas de filmes diversos e/ou documentários e inserí-las em suas "obras" sem o menor pudor... isso quando não ultrapassava todos os limites da cara de pau e plagiava os roteiros de sucessos de hollywood descaradamente. Exemplos não faltam: "Strike Commando" (cópia grosseira de Rambo), "Shocking Dark" (plágio tão constrangedor de Aliens - O Resgate, que o diretor James Cameron ameaçou processar os responsáveis), "Cruel Jaws" (que chegou ao cúmulo de ser lançado em vídeo como continuação autêntica de Tubarão!), e etc. Mas aqui em "Robowar" o ápice foi atingido, todos os limites da falta de vergonha na cara foram quebrados...e, por isso mesmo, acho que ele precisa ser mencionado aqui!

Ah, você acha que é perseguição da minha parte, não é? Pois aqui vai um breve colóquio sobre a sinopse dessa bagaça: Um grupo de mercenários vai fazer uma missão na América Latina e lá se deparam com um robô que sai dizimando geral. E aí, reconheceu? Sim, exatamente, é um rip-off cuspido e escarrado de Predador, clássico da ficção científica estrelado por Arnold Schwarzenegger! Já seria bastante absurdo por si só, mas o roteirista (e braço direito do Bruno Mattei) Claudio Fragasso se superou, copiando descaradamente personagens e diálogos do filme de John McTiernan (atenção especial ao índio, que aqui também resolve ficar para trás e enfrentar o bicho), o que faz com o que o que já era péssimo fique ainda pior...

E o que dizer do nosso antagonista cibernético? Sinceramente, não consigo entender como alguém em juízo perfeito achou que um robô que tem uma cabeça igual a um capacete de motoqueiro e uma voz que mais parece a do Pato Donald fosse assustar alguém. Gente, é de rachar o bico de tanto gargalhar!! Abaixo encontra-se a foto do cidadão:



Eu juro que tentei mas, mais uma vez, não encontrei um torrent ativo dando sopa por aí; entretanto, não há motivo para desespero, nos Emules da vida não é difícil encontrar. Se vocês não estão se aguentando de curiosidade e já querem sentir o gostinho, aqui vai o trailer, diretamente do Youtube... atenção especial ao 01:38 de duração, onde nosso camaradinha robótico explode um dos soldados, numa cena tão mal feita que até constrange; o militar mais parece um daqueles bonecos de malhação de Judas...

Maiores informações no IMDB

Pois é, além de filmes trash, eu também sou metido a ser um profundo conhecedor do rock, então vou procurar intercalar uma crítica cinematográfica com uma musical!

Para inaugurar os trabalhos, vou comentar sobre "Save Your Face", disco extremamente subestimado da banda inglesa Feline (não condufir com o brasileiro Fellini). Capitaneado pela bela vocalista, baixista e tecladista Georgina Prebble (aka "Grog"), o som deles não tem nada de muito original (parece um Garbage mais pesado e viajante), mas impressiona pelo vigor e, principalmente, pela excelente voz de Grog, alternando melodia e agressividade na dose certa.

Lançado em Agosto de 1997, "Save Your Face" teve, inicialmente, uma boa recepção, graças ao primeiro single, "Just As You Are", que tocou bem nas rádios alternativas da Europa. Um segundo single, da música "Sun in My Eyes", passou em brancas nuvens, o que fez com que o Feline culpasse o fraco desempenho pela produção suja e não muito esmerada do disco. Encontrado um bode-expiatório, entraram em estúdio novamente e praticamente regravaram todo o álbum, que foi relançado pela mesma gravadora. Com capa e nome diferente (aqui intitulado simplesmente "Feline"), o CD é composto praticamente pelas mesmas músicas, com duas faixas inéditas a mais e outras duas que constavam originalmente em versão remixada. Porém a emenda saiu pior que o soneto: as vendas, que já não estavam lá grande coisa, despencaram de vez, o que fez com que a EMI os dispensassem.


Desiludidos, resolveram acabar com tudo ali mesmo e seguir caminhos diferentes. A única que conseguiu ainda se manter no ramo musical todo esse tempo foi a vocalista Grog, que após uma temporada tocando baixo nas bandas de apoio da ex-Spice Girl Mel C. (!!) e de Kelly Osbourne (!!!!), uniu-se em 2003 ao ex-guitarrista do Feline Drew Richards e montaram o Die So Fluid, que é voltado para o new metal e é bastante diferente do que faziam anteriormente.

Infelizmente, não achei nenhum torrent ativo por aí, mas nos Emules e Soulseeks da vida não é difícil de achar. Se preferirem, tem uns clipes no Youtube também. Deixei aqui o link para o maior hit deles, "Just As You Are", mas tem outros sons por lá também, é só fuçar que vocês encontram! Divirtam-se... e, claro, se alguém se der ao trabalho de conferir, me diga aí o que achou, é de graça!: )

Pra começarmos a nossa jornada pelo maravilhoso mundo do cinema podreira, nada melhor (ou pior) do que inauguramos nosso humilde espacinho com esse, que é um dos maiores expoentes da "Brucesploitation".

"Ei, mas que troço é esse?", você deve estar se indagando... responderei: Pouco antes de o Bruce Lee bater as botas, em 1973, vários atores pé-rapados chineses começaram a colocar nomes artísticos semelhantes aos dele (como por exemplo Bruce Li, Bruce Le, Bruce Lei, Dragon Lee, e por aí vai), para ver se confundiam o público americano e, assim, faturavam às custas do cara. Pois bem, depois que o verdadeiro Bruce empacotou, o que já estava feio piorou de vez: Começaram a surgir inúmeras picaretagens explorando a morte do sujeito, e foi aí que "Dragon Lives Again" deu o ar da graça.

O que dizer de uma "obra" onde um Bruce Lee genérico vai parar no inferno após desencarnar e tem que lutar com James Bond(!), Emanuelle (!!), Dracula (!!!) e contra um monte de múmias toscas com o auxílio do marinheiro Popeye (!!!!!)? E tudo isso porque nosso intrépido herói, ao chegar no andar de baixo, tira onda com o demônio em pessoa que, com raiva da sua prepotência, resolve matá-lo. E o mais interessante de tudo é (ATENÇÃO, POVO: SPOILER NA ÁREA! Se você planeja um dia assistir a essa bagaça, NÃO LEIA... a não ser que queira rir desde já!) que o cara já estava morto mas, mesmo assim, o diabo quer apagá-lo novamente... isso é que é ódio!

Isso sem falar nas cenas de luta: é tudo tão mal feito e ridículo que, acredite, mesmo se você for a pessoa mais ranzinza da face da Terra, vai dar umas boas risadas! Em alguns momentos dá a impressão que estamos assistindo um episódio dos Trapalhões, tamanho o absurdo! Para comprovar o que digo, aqui vai um pequeno trecho deste que, em minha singela e humilde opinião, é um dos momentos mais sublimes do cinema e, quiçá, das artes como um todo; o instante em que Popeye dá porrada nas já citadas múmias ao som de sua canção-tema (clique no link e delicie-se).

Caso tenha ficado curioso(a), aqui vai o torrent para vocês. Se vocês tem bom humor e curtem tosqueiras tanto quanto eu, isso aqui é um verdadeiro deleite! Agora, se não... bem, vocês já foram avisados!

Maiores informações: IMDB

Oi, gente, saudações, meu nome é Luciano Cirne! Alguns de vocês talvez já me conheçam, pois de vez em quando eu escrevo para revistas como a Rock Press... mas sentia falta de uma coisa mais abrangente, sabem? Portanto, cá estou eu, inaugurando este humilde cafofo para comentar sobre filmes (preferencialmente, trash, pois são a minha paixão!) e sobre música (preferencialmente rock, pois é a minh... ahn, acho que estou ficando repetitivo, né?), mas claro que de vez em quando, vou variar o assunto (além de, certamente, dar continuidade ao meu livrinho por aqui)!

Então, sem mais delongas, que comecem os trabalhos! Temos MUITA doideira pra divulgar!

PS: Volta e meia eu colocarei o link de um torrent aqui; entretanto quero deixar claro que eu NÃO fui e nem serei o responsável pela criação dos mesmos, eles já estavam na net dando sopa e são facilmente "encontráveis"! Caso haja alguma reclamação a respeito deles, retiro todos sem problemas, ok?