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Tesis - Morte ao Vivo ("Tesis", 1996)

Posted by Luciano Cirne on 14:43 in

Se existe um assunto polêmico e controverso no cinema, é o mito dos filmes snuff. Espécie de lenda urbana, as películas onde pessoas supostamente são mortas para valer diante das câmeras são motivo de muita discussão: Várias pessoas juram de pés juntos que já viram um, porém, até hoje, nunca foi comprovada a autenticidade de nenhum deles. Muitas obras foram feitas a respeito, mas poucas foram felizes: Do gratuito e monótono "Snuff 102" (que parecia querer chocar a todo custo, esquecendo que roteiro também é importante), passando pelo blockbuster "8 MM" (que peca justamente pelo motivo oposto: a total falta de ousadia, tratando um assunto tão rico e forte de modo tão covarde e trivial), chegando até o japonês "Guinea Pig" (que o ator Charlie Sheen levantou a suspeita que seria real, mas que no fim das contas, constatou-se que era apenas um trabalho de uma equipe de maquiagem querendo testar o quão realista poderiam fazer), nenhum desses conseguiu achar o tom certo para tratar desse tema como o filmaço-aço-aço espanhol "Tesis - Morte ao Vivo" conseguiu.


Estreia do diretor Alejandro Amenabár (que dirigiu o bacana "Os Outros", estrelado pela bela Nicole Kidman e também "Abra los Ojos", cuja refilmagem americana intitulada "Vanilla Sky" fez enorme sucesso), "Tesis" gira em torno da estudante universitária Ângela, que está preparando uma tese (daí o nome do filme, dã!) de conclusão de curso sobre a violência no cinema. Durante sua pesquisa, ela pede ajuda ao seu orientador para que arranja para ela obras com bastante sangue e/ou sacanagem (mas claro que ela não falou desse jeito, rsrsrsrs!) e ele, ao cavucar no acervo de fitas VHS da faculdade, descobre sem querer um filme snuff, vindo a falecer no auditório ao assistí-lo. Ângela sente uma curiosidade mórbida e rouba a fita do videocassete antes de a polícia chegar ao local e, ao ver o conteúdo na casa do seu amigo Chema (um aficcionado por filmes de violência extrema, interpretado pelo excelente Fele Martinez, do também ótimo "A Sétima Vítima"), percebe que a garota morta ali é uma ex-colega de sala, dada como desaparecida há dois anos. Ambos começam a investigar por conta própria quem teria sido o responsável por aquilo e então inicia-se uma trama repleta de surpresas e reviravoltas, onde nunca fica claro (pelo menos até o final) quem é o mocinho e quem é o bandido da história.

O mais impressionante de tudo é que "Tesis" foi feito com um orçamento pequeno (atualmente algo em torno de 600 mil euros, o que, convertendo para Reais, deve dar aproximadamente - de acordo com a cotação de hoje - quase 1 milhão e 700 mil, pouco até mesmo para os nossos padrões) e, mesmo assim, apesar de uns errinhos grosseiros visíveis aqui e ali (tipo um microfone aparecendo onde não deveria), o saldo final é de que assistimos algo esmerado, caprichado, inteligente (nunca tinha visto tanta violência sendo usada para fazer uma crítica a violência... Isso sem falar no final que é simplesmente genial!) e que nos faz pensar: Por que é que o cinema brasileiro atual só sabe fazer as mesmas coisas (adaptações de séries Globais, filmes sobre bandidagem e favela, cinebiografias) e é INCAPAZ de ousar? Fica a dúvida no ar... Não pode ser por problemas de orçamento, pois um a obra dessas ainda sairia mais barato que qualquer porcaria que a Xuxa insiste em fazer ano após ano!


Se você se interessou, não perca mais tempo: Aqui está o link para o Torrent (aliás, a atriz que interpreta a protagonista Ângela se chama Ana TORRENT! Muito sintomático, não? Rsrsrsrs!), bem como para a legenda, mas quer saber? Se você tiver uma graninha sobrando, eu vou sugerir que você, ao invés de baixar, compre o DVD nacional, pois esse é um daqueles que vale mesmo a pena ter em sua coleção! Afinal, é sempre bom incentivar as distribuidoras a lançar coisas diferentes dos manjadíssimos blockbusters americanos, não é?

Trailer:

IMDB


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Awara Paagal Deewana (2002)

Posted by Ingsoc on 14:20 in


Quando se é fã de filmes B, volta e meia se topa com produções que copiam idéias de outras. O cinema turco dos anos 70 e 80 é um bom exemplo desta prática. O duro é quando isso ocorre em pleno século XXI em produções nada modestas. E é isso o que acontece no cinema indiano.

Obviamente nem todas as produções se utilizam deste expediente, mas quando usam os resultados são muito engraçados. Alguns filmes copiam produções estrangeiras integralmente, como o já mencionado Zinda e o filme Partner (2007), que é uma versão indiana do filme Hitch (2005). Outras pegam pedaços de vários filmes e fazem uma mistureira total. É o caso do filme de hoje.

Awara Paagal Deewana é um filme lançado em 2002 e dirigido por Vikram Bhatt. Este cidadão já havia feito versões não autorizadas de produções de Hollywood como Raaz (de 2001, cópia do filme Revelação, de 2000) ou Kasoor (de 2002, cópia do filme O Fio da Suspeita, de 1985). Ou seja, o cara tem experiência em chupinhar idéias alheias. E aqui ele mantém o hábito.

A trama de Awara Paagal Deewana é bem simples: um mafioso sofre um ataque cardíaco e em seu leito de morte revela que possui uma fortuna em diamantes guardadas nos EUA. Com a intenção de se apossarem desse tesouro, seu filho Vikrant e seu genro Guru tramam para matar um ao outro. O que não exigia muito esforço, uma vez que os caras já se odiavam.

Antes da patética morte do chefão, Vikrant vende por baixo dos panos uma pistola especial para gângsters chineses, e Guru vai recuperá-la. Este chega ralando no seu Porsche, e sai na mão com os chinas de uma forma inacreditável. Ao som de temas copiados de Deep Purple (Smoke on The Water) e Prodigy (Smack My Bitch Up), eles lutam com o auxílio (visível, às vezes) de cabos, à moda dos filmes de wire-fu como O Tigre e O Dragão. Vejam só que maravilha:



Diante deste quadro, Vikrant tem a brilhante idéia de assassinar o Ministro do Interior indiano e colocar a culpa em Guru. E tem forma melhor que fazer isso chupando a cena do lobby de Matrix e de quebra usar as máscaras de borracha de Missão Impossível? Só vendo pra crer!



Então Guru foge para os EUA, e lá se torna vizinho de Anmol e Manilal, dois bananas escravos das esposas. Ao verem na TV que Vikrant está oferecendo uma recompensa por Guru, elas mandam os dois trouxas pra Índia para que eles possam pegar o dinheiro. E lá conhecem os dois capangas de Vikrant, Chota Chatri e Yeda Anna. Aliás, este surge numa cena chupada diretamente de Rambo III, vejam só:



Daí pra frente temos muita encheção de lingüiça, piadas dignas de Chaves (envolvendo os esquecimentos de Anna, a gagueira de Chatri e as confusões de Manilal), inúmeras cenas musicais (são 6 ao todo) até chegar ao clímax numa pedreira com Hummers, motocas, monster trucks e negões armados; só faltou aparecer o Jaspion! Sensacional!

O único problema é que o filme é muuuuito comprido! São 169 minutos, o que cansa um bocado. Se cortassem várias cenas musicais (podia deixar 1 ou 2) e as bobagens sem graça e colocassem mais ação descerebrada, a coisa ficaria mais ágil e certamente mais divertida.

Pra quem ainda tiver coragem pra encarar esse filme, pode baixar um pacote com o torrent e a legenda em inglês aqui. Mas se não tiver saco, ao menos veja as cenas que eu disponibilizei aqui. São um testemunho da cara de pau e da "criatividade" do cinema que se faz por aí.

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What We Do Is Secret (2007)

Posted by Luciano Cirne on 10:36 in

Na minha última matéria aqui nesse humilde espacinho (sobre a banda Flipper), reclamei que eu não andava muito inspirado para escrever sobre música, sei lá porque, mas ao mesmo tempo, não quero ser negligente e deixar a música totalmente de lado, então pensei comigo: Que tal matar dois coelhos com uma cajadada só, comentando sobre um verdadeiro filmaço a respeito do vocalista de uma das melhores (e mais subestimadas) bandas punks de todos os tempos, The Germs? E foi assim que resolvi fazer um breve colóquio a respeito de "What We Do Is Secret", verdadeira pérola que infelizmente passou batida tanto lá fora quanto aqui, onde sequer saiu em DVD.


O filme retrata a figura controversa de Darby Crash, desde sua ideia de fundar um grupo junto com seu inseparável amigo Pat Smear (que depois tocou guitarra no Nirvana e no Foo Fighters), criar uma mística em torno do nome e, coroando tudo no melhor estilo Kurt Cobain de ser, terminar (leia-se morrer) antes que se tornasse uma caricatura. Ao mesmo tempo em que era capaz de escrever letras geniais, demonstrava ter uma mente frágil e confusa ao simpatizar com ideias nazistas, abusar das drogas e do álcool, se automutilar no palco e ao ter dúvidas até sobre qual seria sua orientação sexual. Isso para não falar dos seus shows absolutamente caóticos: não raras foram as vezes em que Darby incitou a plateia a destruir as casas de shows, o que levou todos os clubes de Los Angeles a baní-los (e também fez com que eles passassem a marcar apresentações sob a alcunha de G.I. - que significava "Germs Incognito"). Entretanto, como já disse em textos anteriores, ninguém consegue segurar um modo de vida tão extremo por muito tempo e, quando Darby percebeu que não dava mais, acabou com tudo (tanto com os Germs quanto com a própria vida).

Esse tipo de filme sempre corre o risco de resvalar no perigoso terreno do dramalhão, mas o diretor estreante Rodger Grossman foi bastante feliz ao dar uma visão ácida e recheada de sarcasmo da cena musical de L.A. e, principalmente, de Darby. Apesar de ele ter tido uma vida conturbada (além de tudo que citei, antes, ele perdeu o pai e o irmão cedo), em nenhum momento o tom é de lamento, é o deboche típico do punk que dá o tom. A performance dos atores então é um show a parte: Shane West (já conhecido do grande público por seu trabalho no seriado "E.R.") mandou tão, mas tão bem no papel do tresloucado cantor que, acreditem se quiser, VIROU O VOCALISTA DO GERMS PRA VALER em uma recente turnê de reunião que fizeram pelos EUA e, o mais surpreendente, não é que ficou bem bacana? Aqui vai um videozinho dele cantando diretamente do Youtube para vocês tirarem a prova:


Agora vem aquela hora do torrent para quem interessar possa, certo? Pois bem, aqui vai o link para o filme, para a legenda, e também para o "complete anthology", compilação com TUDO gravado pelos Germs originais. Se você curte um bom punk rock, pode baixar sem contra-indicação!

Trailer:


Maiores informações no nosso confiável amigo IMDB.

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Zinda (2006)

Posted by Ingsoc on 11:04 in


Aproveitando a postagem do filme Mahakaal feita pelo Luciano, vou fazer uma série com filmes indianos que são, intencionalmente ou não, toscos e/ou então imitam descaradamente outros filmes.

Para começar, falarei sobre o filme Zinda, feito em 2006 e que é um plágio sem-vergonha do filme sul-coreano Oldboy, de 2003. Não conhece Oldboy? Então pare o que está fazendo, baixe ou compre esse filme e assista o quanto antes. É uma obra indispensável, sensacional e imperdível; em suma, um clássico contemporâneo. E tenho dito!

Mas não vou falar sobre esse filme. Ou será que vou?

O caso é que Oldboy vai ganhar um remake ocidental previsto para 2010, só que o que pouca gente sabe é já existe um remake deste filme. Ou não, como diria Caetano.

Afinal Zinda, o filme em questão, possui uma trama idêntica à produção coreana: homem é seqüestrado e aprisionado por 14 anos (15 em Oldboy), sem saber qual é o motivo de seu encarceramento. Solto, ele tem apenas 4 dias (5 em Oldboy) pra conseguir se vingar do responsável pelo seu tormento; porém o preço a pagar pode ser alto demais.

Contudo, Zinda NÃO é um remake de Oldboy. É uma imitação mesmo, na cara dura, já que nos créditos o filme de Chan Wook Park não é mencionado nem de leve. Praticamente todos os elementos do filme coreano estão em sua contraparte indiana. Os acontecimentos se passam de maneira análoga a Oldboy, o cativeiro é idêntico (com gás do sono e tudo), o visual de Balajeet Roy (protagonista de Zinda) é idêntico ao de Oh Dae Su (protagonista de Oldboy) quando é libertado; as cenas-chave estão todas ali; a cena dos dentes arrancados com um martelo, a luta interminável filmada em um só take (só que de uma forma bem menos plástica e arrebatadora que a original), entre outras muitas similaridades. Só não sei como os produtores de Zinda não tomaram um processo por plágio na cabeça.

Obviamente, existem algumas poucas diferenças; infelizmente não são para melhor.

Além do fato óbvio de todos os personagens serem indianos e da história se passar na Tailândia e não na Coréia do Sul, o início é completamente diferente (nada de bebum xingando a polícia) e mostra que Bala não tem filhos; quando sua esposa vai contar que está grávida, ele é seqüestrado. Como todos os filmes de Bollywood, as cenas com música estão lá, mas felizmente não tem cenas de dança (que muitas vezes só servem pra encher lingüiça). Mas o pior ainda está por vir.

(AVISO DE SPOILER DOS DOIS FILMES A SEGUIR!)

Todas as referências ao incesto foram limadas em Zinda, o que era de se esperar, dado o puritanismo do cinema indiano (algo perceptível também na cena de sexo entre Bala e Jenny; esta por sinal é muito bonita para convencer como taxista). Também não tem a cena da língua cortada, que somente é mencionada como algo que o protagonista faria para salvar sua filha. Mas o pior em Zinda é seu final feliz. Um completo banho de água fria comparado ao brutal e surpreendente fim de Oldboy, pois não tem nem uma fagulha de impacto e é muito mais fácil de se perceber do que no filme original. Faltou coragem em Sanjay Gupta para ousar um pouco mais.

(FIM DOS SPOILERS)

Em resumo, seria um bom filme se fosse um pouco mais criativo, usando Oldboy apenas como inspiração, e não como base. Tecnica e artisticamente, Zinda é apenas uma cópia inferior, sem identidade própria e nem um motivo maior para existir além de servir como curiosidade para fãs do filme original. Se ainda se interessou, vai firme no torrent, que é velho mas parece que ainda está ativo. Mas não faça isso antes de ver o original.

Trailer de Zinda:


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Tô na área!

Posted by Ingsoc on 09:13 in
Bem amigos da Rede Globo! Ops, foi mal...

Meu nome é Alexandre Prestes, mas no mundo virtual sou mais conhecido (hahaha, tá bom!) pela alcunha de Ingsoc (sim, sou fã do Orwell). Já colaborei, junto do Luciano e mais uma penca de malucos, com o falecido blog Boizeblog. Como sou muito preguiçoso pra cuidar do meu próprio blog (já comecei, larguei e recomecei várias vezes), quando o Luciano me falou do blog dele e me convidou para contribuir aceitei o convite na hora.

O Luciano, como eu, também gosta daqueles filmes tão ruins que acabam ficando bons: horrores mal feitos, filmes de pancadaria de quinta, imitações e picaretagens em geral. Então, não espere blockbusters e filmes manjados; aqui o buraco é mais embaixo.

Musicalmente, eu também curto um rock & roll. Mas enquanto o Luciano vai mais pela praia do punk e do alternativo, o meu negócio é progressivo, fusion, hard e heavy. Sem esquecer uma tosqueirazinha de vez em quando, é claro. Ou seja, vai ter material pra todos os gostos.

Então, estou aqui pra somar e espero que todos gostem das minhas intervenções!

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Flipper - "Album: Generic Flipper" (1982)

Posted by Luciano Cirne on 10:38 in
Tá, eu admito, fui meio negligente com a parte musical do blog, admito... mas é porque, de uns tempos para cá, eu tenho andado mais inspirado para escrever sobre cinema, sorry! Minha ideia inicial era alternar os assuntos, mas decidi não forçar a barra e seguir minha inspiração (que nem sei se é muita!), ok? Espero que não se importem! Agora, após esse momento de mea culpa, vamos à pauta de hoje, a banda punk mais ultrajante da história, tão punk que nem a galera de moicano aturava; os californianos do Flipper.


Perto deles, o primeiro disco dos Ramones (que eu amo de paixão mas, vamos combinar, é tosco pra danar), parece orquestra sinfônica, de tão elaborado. O pessoal do Flipper não sabia nem segurar os instrumentos, tudo era tão extremamente primário (bateria simples e sem firulas; baixo e guitarra muitas vezes desafinados e repetindo a mesma coisa de forma quase hipnótica por minutos a fio; um vocalista que mais gritava / falava que qualquer coisa e letras absurdamente ridículas, fugindo dos temas de protesto que estavam tão em voga na época) que já tornavam a coisa difícil de aturar até mesmo para os punks, que já estavam acostumados a uma estética musical com poucos acordes; mas como o lance do Flipper era chutar o balde e irritar todo mundo, eles ainda pisavam no freio e faziam canções em ritmo devagar quase parando (justo num momento em que as bandas queriam fazer sons cada vez mais rápidos e furiosos, como o Misfits, Black Flag, Bad Religion, Minor Threat e outros).


Como se isso não fosse bastante, não raras foram as vezes em que a banda, chapada ao extremo com álcool e drogas, ao invés de tocar, xingava e provocava a plateia, causando tumultos. Obviamente, ninguém aguenta dar murro em ponta de faca o tempo inteiro, e manter esse way of life durante muito tempo custou caro: dois integrantes da banda vieram a falecer (o vocalista original Will Shatter e seu substituto John Dougherty, ambos por overdose) e sua discografia é bem escassa, apesar de eles já estarem na ativa há um BOM tempo (descontadas as idas e vindas): Apenas dois álbuns de estúdio foram lançados, e nosso assunto aqui é o primeiro deles, "Album - Generic Flipper".

Ouvir essa obra chega a dar dor de cabeça em determinados momentos, a impressão que dá é que tudo ali é uma afronta, feito para testar ao máximo a paciência de quem se atrevesse a escutá-lo. Aturar os 6 minutos de uma música como "Sex Bomb Baby", que repetia o mesmo riff ad nauseum enquanto o vocal gritava sem parar "She's a sex bomb baby, yeaaaaah!" era uma tarefa complicada para muitos, mas o tempo mostrou que seu minimalismo extremo, tão incompreendido, tornou-se influente pra muitas bandas por aí. Maior prova disso é o Nirvana: vai dizer que você nunca viu nenhuma foto do Kurt Cobain usando aquela famosa camisa com o logo do Flipper?


Mark Arm, vocalista do Mudhoney, também é outro fã de carteirinha ( inclusive escreveu notas para uma coletânea deles), assim como o povo do Melvins (que tem uma nítida influência no som, arrastado e pesado), Faith no More e tantos outros... ou seja, se você curte as bandas grunge de Seattle dsos anos 1990, de certo modo tem que agradecer a eles! E, como é difícil pra caramba achar discos deles à venda por aí (só mesmo importando, mas mesmo assim é missão árdua, devido a problemas de catálogo), vamos facilitar suas vidas, deixando o Torrent pra todo mundo! Agora, façam jus à fama dos rapazes: ouçam no talo e se preparem para ouvir MUITA reclamação dos vizinhos!

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Mahakaal (1993)

Posted by Luciano Cirne on 09:33 in

Quando comentei sobre o filme "Robowar", meti o malho nos produtores daquela bagaça, chamei-os de picaretas e de plagiadores sem noção... e pôxa, que injustiça a minha, não? Afinal, se tem uma galera que gosta de imitar também obras consagradas sem pudor nenhum (e eu nem sequer os citei anteriormente!) é o povo de Bollywood, a indústria cinematográfica indiana. Entretanto, o método deles de cópia é um pouco diferente: Eles pegam um filme famoso e fazem uma série de mudanças para se adequar a censura de lá e, principalmente, ao gosto dos indianos, que não curtem coisas muito sangrentas e obras com temas que por lá são tabu, preferindo comédias água com açúcar e musicais. Agora, imaginem: Como poderíamos fazer uma adaptação de um filme de terror consagrado para um povo que não curte muito ver sangue? Seria uma tarefa complicada, não é? Afinal, a essência do filme iria por água abaixo... mas nossos amigos da terra da novela das 8 deram um jeitinho, e o resultado final é o tétrico "Mahakaal", a versão indiana de "A Hora do Pesadelo" (sim, isso mesmo, aquele clássico com o Freddy Krueger!).


Um filme de terror que tenta ser o mínimo possível violento e assustador por si só já é algo deveras ridículo, mas como nada é tão ruim que não possa piorar, colocaram números musicais MUITO cafonas para chutar o balde de vez, ou seja, por mais que você tente, não dá para levar esse troço a sério (na letra de uma das canções, falam até em "let's have a gay time"!). Chega a ser difícil até descrever o que eu senti assistindo essa bagaça: em alguns momentos foi um misto de vergonha alheia no nível máximo e, em outros, me senti um completo idiota. Por mais que eu risse, volta e meia me flagrava pensando "O que leva alguém a perder duas horas da vida com isso? Nossa, como eu sou babaca"... mas eu aguentei heroicamente e valeu a pena, terminei com a barriga doendo de tanto gargalhar, rsrsrsrsrsrsrsrs!

O roteiro não tem nada de original também, é simplesmente uma imensa colcha de retalhos, temos aqui elementos e cenas chupadas de todos os 5 primeiros filmes da franquia do Freddy americano, ou seja, se você está familiarizado com a série, vai reconhecer muita coisa na hora... agora, se nunca viu nenhuma das, ahn, como direi, "obras inspiradoras", sugiro que os assista (antes ou depois de ver "Mahakaal", não importa) para traçar um comparativo e rir ainda mais! Garanto que vocês vão me agradecer depois por tornar os dias de todos mais felizes, rsrsrsrsrsrs!


Para baixar essa bagaça, dessa vez farei um pouco diferente: Não encontrei torrents ativos, porém encontrei-o no rapidshare... portanto, sem mais delongas, aqui vão os links:

PARTE 1
PARTE 2
PARTE 3
PARTE 4

E aqui também tem o link para a legenda (infelizmente só tem em inglês, mas é bem melhor que nada!)! Divirtam-se!

Maiores detalhes, para variar, no IMDB!

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Begotten (1990)

Posted by Luciano Cirne on 09:50 in

Não é surpresa para ninguém que amo filmes de terror, mas sejamos sinceros: 90% deles, por mais divertidos que sejam, são apenas um amontoado de clichês, sem nada de realmente original. Por isso, quando surge uma obra que vá totalmente contra a estética dominante, independente de qualquer coisa, vale a pena conferir nem que seja por curiosidade, por isso a bola da vez do nosso blog é o intrigante e controverso "Begotten".


Este é um daqueles filmes que você ou vai amar ou odiar, não tem meio termo. Durante seus 78 minutos não há um diálogo sequer, o que já o torna difícil de assistir para qualquer um que não consiga acompanhar nada fora do padrão dos blockbusters hollywoodianos, mas isso não é tudo: As imagens são em preto e branco literalmente, NÃO há tons de cinza, (pelas fotos que pus, dá para tem uma noção da coisa) o que fez alguns críticos dos EUA rotulá-lo como um "teste de Roschach em película". Também fica difícil citar a sinopse, pois uma vez que o filme não tem fala (nem sequer como nas obras de Charlie Chaplin antigas, que aparecia um letreiro com o que ele queria dizer) e é repleto de simbolismos, (especialmente a mitos cristãos e pagães) muita gente pode ficar boiando e achar que tudo é apenas um delírio surrealista, dando as mais variadas interpretações para o que acontece; mas como existem inúmeros sites aí comentando sobre "Begotten", resolvi pegar a sinopse de um deles para facilitar a vida de vocês (e, consequentemente, a minha, rsrsrsrsrsrssrsrs!): Deus se mata, e a Mãe Terra, que estava grávida dele, dá a luz a um homem assustado que foge de canibais sem rosto. Resumidamente, é isso! Não quero entrar em maiores detalhes, até porque acho que a grande onda desse filme é cada um olhar aquilo de um modo e tirar suas próprias conclusões. Se eu me esticasse muito ou entregasse algo além, provavelmente influiria em seus pontos de vista!


Como eu disse anteriormente, se você não tem preconceito com estéticas diferentes do usual, vai pirar com esse filme. Sem contar que, se você entrar no clima, vai se borrar de medo, garanto! Em alguns momentos, "Begotten" é de virar o estômago, mas, torno a frisar, se você não curte narrativas que fujam do padrão vigente, NÃO perca seu tempo, pois você vai ficar de saco cheio rapidinho. Serão 78 minutos que passarão como se fosse 5 horas. Agora, pra quem tem mente aberta e não tem medo de conhecer novas propostas, "Begotten" é uma experiência recompensadora!! Ah, e para quem se interessou, aqui vai o Torrent. Boa viagem para quem se arriscar, e, por favor, não esqueçam de me escrever dizendo o que acharam!

(Dedico esse comentário ao meu amigo Bruno Chads, o maior - e, até onde sei, único, rsrsrsrsrs! - fã de "Begotten" que eu conheço!)

Trailer no Youtube, para quem ficou curioso para ter uma ideia:

Maiores informações no IMDB


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JCVD (2008)

Posted by Luciano Cirne on 14:11 in

Era uma vez um ator chamado Jean-Claude Van Damme, que atingiu status de celebridade, ganhou milhões por trabalho, mas resolveu se meter com drogas e, da noite pro dia, viu sua carreira (sem trcadilhos!) ruir. Com o prestígio mais em baixa que barriga de minhoca, não lhe restou muita alternativa a não ser fazer filmes de baixo orçamento ganhando uma merreca. Desiludido e frustrado, resolve que a melhor coisa a fazer é voltar a morar com os pais na sua Bélgica natal, para tentar reconquistar sua paz há muito perdida. As coisas vão seguindo tranquilas até que, um belo dia, ao ir a uma agência dos correios, é feito de refém por assaltantes. Pois bem, esse é o enredo do surpreendente "JCVD", filmaço onde Jean-Claude interpreta a si mesmo e expõe sua vida de uma forma poucas vezes vista na história cinematográfica (eu pelo menos não consigo lembrar de outro filme onde o protagonista tenha tanta coragem pra se despir de suas vaidades assim!).

"JCVD" não é uma comédia, mas é difícil ficar sem rir do tom de auto-paródia que permeia a obra. Van Damme faz piada (ATENÇÃO: Mais spoilers na área!! Se não quer ler nada que possa comprometer sua diversão ao assistir essa bagaça, PULE ESSE PARÁGRAFO!) por "perder sempre bons papeis para o Steven Seagal" e com o fato de os diretores com os quais ele trabalha atualmente o tratarem como um fracassado decadente (o que não deixa de ser uma triste verdade). Também merece destaque a hilária cena em que dois funcionários de uma locadora de DVDs discutem sobre quais são os maiores vilões árabes em filmes americanos enquanto assistem ao "clássico" Comando Delta, estrelado por Chuck Norris. Da mesma forma, não dá para não sentir um pouco de pena dele em certos instantes, como por exemplo na hora que a filha dele diz que não quer morar com ele, por achá-lo uma "piada" e, especialmente, no dilacerante monólogo de 6 minutos em que Jean-Claude, olhando para a câmera, diz como as drogas entraram em sua vida e como acabaram com ele (se quiser conferir, aqui vai um link pra cena no Youtube... só não tem legenda em português, mas aí você também está querendo demais, né? Rsrsrsrs!).


O mais curioso da história é que "JCVD", apesar de não ter mandado bem nas bilheterias lá fora, rendeu inúmeros elogios ao Van Damme por sua brilhante interpretação. Em um primeiro instante, até deu a impressão que sua carreira poderia se realavancar, mas eis que ele recusou o convite do Sylvester Stallone para atuar ao lado dele, de Jet Li e de Jason Statham em "The Expendables" (que está sendo rodado aqui no Rio de Janeiro) alegando que "o personagem que interpretaria não tinha nenhuma substância" e, em compensação, aceita trabalhar em "Soldado Universal 3"... vai entender? Periga jogar na lama todo o bom nome que ele reconquistou...

E, claro, mais uma vez, este que vos escreve vai dar uma forcinha para vocês deixando aqui o torrent , bem como a legenda em português. Baixem agora porque vale a pena (e sim, o meu blog é para filmes trash, mas quando surgir filmes bacanas subestimados que merecem ser indicados, farei isso; afinal, nem só de podreira vive o homem! Rsrsrsrs...)!

Trailer:




Maiores informações no IMDB

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Go Simpsonic With The Simpsons (1999)

Posted by Luciano Cirne on 17:36 in

Todo mundo que é fã doente dos Simpsons (como eu) já deve ter rachado o bico em algum episódio com uma música besta cantada pelo Homer Simpson, Senhor Burns ou qualquer um dos personagens fixos (além das figuras famosas que volta e meia marcam presença) e certamente pensou "Pôxa, se houvesse um CD com essas bobagens, eu compraria com certeza!". Na verdade, esse disco já existe (e não é o único, diga-se de passagem: antes desse, saiu "Songs In The Key of Springfield", com a mesma temática) e há um bom tempo, porém, como foi lançado pela Rhino (gravadora americana maneiríssima especializada em lançar coisas bizarras e em fazer novas tiragens de álbuns fora de catalogo), faltou uma divulgação bacana, por isso muita gente nem sabe da existência... mas é para isso que o nosso humilde blog está aqui, para que pérolas como essa não passem despercebidas!

Quem acompanha a série vai pirar, pois praticamente todos os clássicos do programa se encontram aqui: Desde os Ramones tocando "Parabéns pra você" em homenagem ao Senhor Burns até a canção-tema dos lixeiros da cidade, cantada por Homer e com a participação especial do U2!! São ao todo 53 faixas que certamente levarão os fãs ao delírio (isso tá parecendo comercial, eu sei, mas como eu curto Simpsons pra caramba, fica difícil falar sem me desmanchar em elogios... por favor, entendam!)!

Realmente, não há muito mais a ser dito, a não ser que é super legal, divertido pacas de se ouvir, dá pra gente rir bastante e que o torrent para essa pérola está bem aqui! E eu, em mais um serviço de utilidade pública, vou fazer logo barba, cabelo e bigode, colocando o torrent também para o "Songs in the Key of Springfield", que é igualmente genial! Enfim, se você também for um fiel seguidor de Homer Simpsons e seus asseclas, não deixa essa maravilha dando sopa: baixe AGORA e faça seu dia mais feliz!

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Dead Snow ("Død Snø", 2009)

Posted by Luciano Cirne on 10:39 in
Quanto mais eu acho que vi de tudo, mais eu me surpreendo com a capacidade dos seres humanos de criar porcarias. Saca só essa: Um grupo de estudantes de uma faculdade de medicina resolve passar uma temporada em um chalé nas montanhas quando são atacados por um batalhão de zumbis nazistas... preciso realmente dizer mais alguma coisa?? Esse é o ponto de partida de "Dead Snow", excelente comédia de terror vinda da Noruega.

Antes de tudo, devo advertí-lo(a): Se você não curte filmes que não se levam a sério, nem perca tempo, pois isso aqui não é para o seu bico; o clima aqui lembra bastante tanto o da clássica série Evil Dead, pela violência exageradíssima (a ponto de ficar engraçada, de tão caricata) quanto a igualmente famosa e idolatrada série Sexta-Feira 13 (pela forma estereotipada com que mostra a turminha, tendo o nerd, o galã, o que só pensa em sacanagem e por aí vai, bem como pelas sequencias com cenas gratuitas de sexo e de mulheres peladas), por sinal, ambos são citados por um dos personagens. A despeito da sangreira, é importante destacar a criatividade das mortes, é um verdadeiro festival de absurdos... destaque para a (ATENÇÃO: Spoiler na área! Se você planeja assitir esse troço e fica com raiva quando sabe antecipadamente de algum lance bacana, pule o trecho a seguir!) cena em que um dos heróis usa os inestinos de um pobre zumbi para não cair em um precipício... sabe quando ficamos até sem reação com tanta doideira? É esse o caso! Dá pra rir bastante, ainda mais se você reunir umas pessoas tão doidas quanto você, comprar umas pizzas e fazer uma sessão, é diversão garantidíssima! Só precisa mesmo ter um pouquinho de paciência, porque a ação demora para engrenar, mas depois é só alegria!


Eu não quero entrar em maiores detalhes porque acho que se eu falasse demais, perderia a graça, portanto, agora que cantei a bola, é contigo: Aqui está o torrent fresquinho e, como eu sou um cara muito gente boa, decidi facilitar a vida de todos e colocar aqui também o link para a legenda. Agora, caso você ache que assistir filmes no computador é uma droga, anime-se. ainda há uma(pequena) esperança: tá rolando um papo que "Dead Snow" vai passar nos cinemas brasileiros; porém, como já alteraram a data da estreia várias vezes (era pra ser em Março originalmente, agora só Deus sabe quando e se vai rolar), só resta mesmo torcer para as informações estarem corretas e esperar... mas caso se canse, já sabe onde procurá-lo para baixar, não é?: )

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