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Flipper - "Album: Generic Flipper" (1982)

Posted by Luciano Cirne on 10:38 in
Tá, eu admito, fui meio negligente com a parte musical do blog, admito... mas é porque, de uns tempos para cá, eu tenho andado mais inspirado para escrever sobre cinema, sorry! Minha ideia inicial era alternar os assuntos, mas decidi não forçar a barra e seguir minha inspiração (que nem sei se é muita!), ok? Espero que não se importem! Agora, após esse momento de mea culpa, vamos à pauta de hoje, a banda punk mais ultrajante da história, tão punk que nem a galera de moicano aturava; os californianos do Flipper.


Perto deles, o primeiro disco dos Ramones (que eu amo de paixão mas, vamos combinar, é tosco pra danar), parece orquestra sinfônica, de tão elaborado. O pessoal do Flipper não sabia nem segurar os instrumentos, tudo era tão extremamente primário (bateria simples e sem firulas; baixo e guitarra muitas vezes desafinados e repetindo a mesma coisa de forma quase hipnótica por minutos a fio; um vocalista que mais gritava / falava que qualquer coisa e letras absurdamente ridículas, fugindo dos temas de protesto que estavam tão em voga na época) que já tornavam a coisa difícil de aturar até mesmo para os punks, que já estavam acostumados a uma estética musical com poucos acordes; mas como o lance do Flipper era chutar o balde e irritar todo mundo, eles ainda pisavam no freio e faziam canções em ritmo devagar quase parando (justo num momento em que as bandas queriam fazer sons cada vez mais rápidos e furiosos, como o Misfits, Black Flag, Bad Religion, Minor Threat e outros).


Como se isso não fosse bastante, não raras foram as vezes em que a banda, chapada ao extremo com álcool e drogas, ao invés de tocar, xingava e provocava a plateia, causando tumultos. Obviamente, ninguém aguenta dar murro em ponta de faca o tempo inteiro, e manter esse way of life durante muito tempo custou caro: dois integrantes da banda vieram a falecer (o vocalista original Will Shatter e seu substituto John Dougherty, ambos por overdose) e sua discografia é bem escassa, apesar de eles já estarem na ativa há um BOM tempo (descontadas as idas e vindas): Apenas dois álbuns de estúdio foram lançados, e nosso assunto aqui é o primeiro deles, "Album - Generic Flipper".

Ouvir essa obra chega a dar dor de cabeça em determinados momentos, a impressão que dá é que tudo ali é uma afronta, feito para testar ao máximo a paciência de quem se atrevesse a escutá-lo. Aturar os 6 minutos de uma música como "Sex Bomb Baby", que repetia o mesmo riff ad nauseum enquanto o vocal gritava sem parar "She's a sex bomb baby, yeaaaaah!" era uma tarefa complicada para muitos, mas o tempo mostrou que seu minimalismo extremo, tão incompreendido, tornou-se influente pra muitas bandas por aí. Maior prova disso é o Nirvana: vai dizer que você nunca viu nenhuma foto do Kurt Cobain usando aquela famosa camisa com o logo do Flipper?


Mark Arm, vocalista do Mudhoney, também é outro fã de carteirinha ( inclusive escreveu notas para uma coletânea deles), assim como o povo do Melvins (que tem uma nítida influência no som, arrastado e pesado), Faith no More e tantos outros... ou seja, se você curte as bandas grunge de Seattle dsos anos 1990, de certo modo tem que agradecer a eles! E, como é difícil pra caramba achar discos deles à venda por aí (só mesmo importando, mas mesmo assim é missão árdua, devido a problemas de catálogo), vamos facilitar suas vidas, deixando o Torrent pra todo mundo! Agora, façam jus à fama dos rapazes: ouçam no talo e se preparem para ouvir MUITA reclamação dos vizinhos!

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